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A Viagem Astral do Apóstolo Paulo: Um Encontro com os Céus

A Bíblia é um repositório vasto de experiências espirituais intensas, muitas das quais ultrapassam a compreensão literal e convidam a uma leitura mais simbólica e vibracional. Embora os textos sagrados não utilizem expressões modernas como “viagem astral” ou “projeção da consciência”, é possível identificar relatos que, à luz do conhecimento atual sobre espiritualidade e consciência, podem ser entendidos como verdadeiras experiências fora do corpo.

Esses episódios envolvem estados ampliados de percepção, visões celestiais e contatos com planos mais sutis de existência, narrados com reverência e profundo impacto espiritual. Os personagens bíblicos, especialmente profetas e apóstolos, frequentemente relatam encontros com anjos, visitas ao céu e revelações divinas ocorridas em condições que transcendem o mundo físico e racional.

Entre os relatos mais fascinantes está o do apóstolo Paulo, registrado na Segunda Carta aos Coríntios. Ele descreve uma experiência singular de arrebatamento ao “terceiro céu”, em que afirma não saber se estava no corpo ou fora dele. Esse testemunho, enigmático e poderoso, ressoa com as descrições modernas de desdobramento da consciência e continua a despertar o interesse de estudiosos, espiritualistas e buscadores de todas as épocas.

O Relato Bíblico

No capítulo 12 da Segunda Carta aos Coríntios, Paulo relata uma experiência profundamente espiritual que marcou sua jornada. Ele escreve sobre um homem, “em Cristo”, que foi arrebatado até o “terceiro céu” e teve acesso a realidades celestiais. Esse homem, que muitos interpretam como Paulo próprio, descreve um evento transcendente que ocorre fora da compreensão humana, onde ele ouve palavras que não podem ser transmitidas em linguagem humana.

Paulo escreve:

“Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado até o terceiro céu. Se no corpo ou fora do corpo, não sei — Deus o sabe. E sei que esse homem […] foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.”
— (2 Coríntios 12:2-4)

O apóstolo revela que não tem certeza se essa experiência ocorreu no corpo físico ou fora dele, uma dúvida que, na visão moderna de projeção astral, pode ser vista como a indeterminação comum entre aqueles que vivenciam desdobramentos da consciência. O fato de ele se referir a esse arrebatamento com uma humildade profunda — dizendo que “Deus o sabe” — acrescenta uma dimensão de mistério e reverência à experiência.

Esse relato, encontrado nas Escrituras, se destaca como um dos mais intrigantes de toda a Bíblia. Paulo fala de uma elevação espiritual consciente, um arrebatamento para um plano superior de existência, onde ele entrou em contato com o que, na visão de muitos, são dimensões da consciência que estão além da nossa percepção comum e racional, mas são profundamente significativas para o entendimento espiritual e humano.

Viagem Astral ou Experiência Mística?

No contexto moderno, experiências como a de Paulo são frequentemente reconhecidas como projeções da consciência — aquilo que hoje chamamos de viagem astral. Trata-se de momentos em que o espírito, desprendendo-se parcialmente ou totalmente do corpo físico, acessa realidades extrafísicas, com total lucidez ou em estados alterados de consciência.

Wagner Borges, projetor experiente e pesquisador da consciência, explica que o “terceiro céu” descrito por Paulo pode ser compreendido como uma faixa vibracional extrafísica elevada, além do plano físico (primeiro céu) e do plano espiritual mais denso (segundo céu). Trata-se de uma dimensão onde a luz, o silêncio e o amor são intensos — ambientes de estudo, cura e revelações.

Segundo Borges, o próprio Paulo admite a incerteza sobre o estado em que se encontrava: “Se no corpo ou fora do corpo, não sei”. Isso é comum entre projetores iniciantes e até veteranos, que nem sempre distinguem imediatamente a linha entre o corpo físico e o espiritual durante a experiência.

As Palavras Inexprimíveis: Conhecimentos do Alto

Paulo afirma que, ao ser arrebatado, ouviu palavras inefáveis — verdades e realidades tão grandiosas que não podem ser expressas com a linguagem humana. Essa descrição é muito comum em relatos espirituais elevados. Mônica de Medeiros, médium e médica, afirma que durante experiências com mentores extrafísicos em planos superiores, é comum que as comunicações aconteçam por telepatia e transmissão vibracional, e não por palavras.

Em seus atendimentos espirituais e canalizações, Mônica de Medeiras, fundadora da Casa do Consolador, relata que os planos superiores possuem uma estrutura de sabedoria que só pode ser acessada com o coração limpo, a mente aberta e o espírito preparado. Não é algo que se explique; é algo que se vive — e Paulo, naquele momento, viveu.

O Propósito da Experiência

O apóstolo Paulo não buscava notoriedade com sua experiência. Pelo contrário, fala dela em terceira pessoa, como se dissesse: “Não importa se fui eu. Importa a mensagem que trago.” Isso demonstra humildade e responsabilidade espiritual. Tanto Wagner Borges quanto Mônica de Medeiros reforçam que a verdadeira espiritualidade não se exibe, e que as experiências espirituais mais profundas quase sempre vêm acompanhadas de um chamado maior ao serviço, à entrega e à compaixão.

Paulo retorna dessa experiência mais forte, mais seguro em sua missão de levar a mensagem do Cristo ao mundo. Ele passa a entender, de forma ainda mais profunda, o Reino de Deus como uma realidade vibracional que começa dentro do coração e se expande para além dos limites da Terra.

A Atuação do Cristo nos Planos Superiores

Tanto Paulo quanto outros discípulos tiveram contato direto ou indireto com a presença espiritual de Jesus após sua ascensão. Mônica de Medeiros afirma que Jesus continua atuando intensamente nos planos espirituais, surgindo em projeções de luz para orientar os espíritos que estão em missão ou aprendizado fora do corpo.

Wagner Borges complementa essa visão ao dizer que, em muitos relatos de projeção consciente, tanto ele quanto outros projetores sérios veem a presença do Cristo como um campo de energia amorosa e inteligente, que se manifesta em momentos de extrema necessidade — muitas vezes em zonas de sofrimento, mas também em momentos de profundo aprendizado.

O Que Podemos Aprender com Paulo Hoje?

Com base no relato de Paulo, podemos extrair importantes lições para nossa jornada espiritual nos dias de hoje. Primeiramente, ele nos convida a reconhecer que somos mais do que o corpo físico, uma mensagem central para a compreensão da vida como um processo contínuo de elevação da consciência. Ao afirmar que o Reino de Deus não está fora de nós, mas dentro, Paulo nos desafia a buscar a transformação interna, ao invés de esperar respostas externas, colocando o autoconhecimento no centro do caminho espiritual.

Além disso, a humildade e discrição com que Paulo compartilha sua experiência de arrebatamento nos ensina que nossas vivências espirituais devem ser tratadas com respeito e reverência, sem a busca por exibição ou reconhecimento. A verdadeira espiritualidade, como ele exemplifica, é silenciosa, discreta e, muitas vezes, imperceptível para o olhar externo.

Por fim, o exemplo de Paulo nos lembra que o processo de elevação espiritual exige dedicação, discernimento e, principalmente, amor. Cada passo rumo ao autoconhecimento nos aproxima não apenas de nós mesmos, mas também dos planos superiores, que são acessíveis a todos nós, desde que estejamos preparados para percebê-los. A experiência de Paulo nos motiva a acreditar que a conexão com o divino é natural, possível e muitas vezes ocorre em momentos de profundo silêncio interior, quando menos esperamos.

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