Entre Sombras e Luzes: A Jornada Espiritual de Divaldo Franco Fora do Corpo
Divaldo Pereira Franco, um dos mais respeitados médiuns e oradores espíritas do Brasil, é conhecido por suas inúmeras palestras, livros e sobretudo por sua dedicação à causa humanitária e espiritual. Entre suas muitas contribuições ao entendimento da espiritualidade está o relato de experiências de desdobramento espiritual — ou viagem astral — vividas ao longo de sua trajetória mediúnica.
Em uma dessas experiências, Divaldo nos oferece uma visão singular sobre os bastidores do mundo invisível: uma jornada que transcende o corpo físico e adentra regiões densas do plano espiritual, onde o sofrimento se manifesta em formas que, por vezes, desafiam a imaginação humana. Mais do que uma curiosidade mística, esses relatos nos oferecem ensinamentos profundos sobre compaixão, responsabilidade espiritual e o papel do ser humano na construção de uma nova consciência.
A Consciência Além do Corpo
Para Divaldo, a projeção da consciência é um fenômeno natural, acessível a todos os seres humanos, especialmente durante o sono. Ele explica que, ao adormecer, o espírito se desliga parcialmente do corpo físico e passa a atuar em outras esferas vibracionais. Esse desdobramento pode ser inconsciente — como ocorre com a maioria das pessoas — ou consciente, como no caso de médiuns treinados ou pessoas com maior sensibilidade espiritual.
Em seus relatos, Divaldo descreve momentos em que, ao deixar o corpo físico durante o repouso noturno, se viu lúcido em ambientes espirituais. Um desses episódios o levou a uma colônia de socorro localizada nas regiões umbralinas — zonas de sofrimento e perturbação onde espíritos desencarnados permanecem em estados de dor, angústia ou desorientação, frequentemente sem se darem conta de que já deixaram o corpo físico.
O Umbral: Realidade e Simbolismo
A palavra “umbral”, popularizada por obras como Nosso Lar de André Luiz, representa uma faixa vibratória de transição entre o plano físico e colônias mais elevadas. É um lugar de aprendizados, mas também de expiação. Segundo Divaldo, o umbral não é um “castigo”, mas sim uma manifestação natural da consciência espiritual ainda presa a sentimentos densos como ódio, apego, culpa ou vingança.
Na experiência narrada, ele foi acompanhado por benfeitores espirituais e levado a uma região escura, abafada, onde muitas almas permaneciam em sofrimento, clamando por ajuda ou, em alguns casos, completamente apáticas. A cena descrita impressiona: seres que vagavam sem rumo, outros que gritavam em desespero, muitos ainda presos às ideias e emoções que cultivaram em vida.
Divaldo destaca que não sentiu medo, mas compaixão profunda. Acompanhado por espíritos superiores, seu papel era irradiar luz e palavras de conforto — oferecer presença, entendimento e, principalmente, escuta. Para muitos espíritos naquele local, era a primeira vez que alguém os ouvia de verdade após anos de isolamento espiritual.
O Trabalho Espiritual Durante o Sono
A atuação de Divaldo fora do corpo ilustra uma verdade amplamente reconhecida em diversas correntes espiritualistas: mesmo durante o sono, continuamos a viver, aprender e servir. O corpo repousa, mas o espírito permanece ativo. Aqueles que cultivam uma vida interior rica e comprometida com o bem tornam-se colaboradores das equipes espirituais, auxiliando desencarnados e encarnados em sofrimento, promovendo cura emocional, esclarecimento e reconciliação.
Divaldo relata que, ao término daquela jornada, foi conduzido de volta ao corpo físico com uma intensa sensação de exaustão e ao mesmo tempo de plenitude. Ao acordar, sentia como se tivesse vivido dois dias em um — e, de fato, tinha. Essa consciência de que há vida além do corpo, não como uma abstração, mas como realidade tangível e contínua, é uma das mais poderosas mensagens de suas experiências.
O Despertar da Humanidade e o Compromisso da Alma
A experiência vivida por Divaldo Franco não é uma exceção destinada a poucos eleitos. Ela serve como convite e inspiração para todos nós. À medida que desenvolvemos a consciência, ampliamos nossa percepção e afinamos nossa sensibilidade espiritual, tornamo-nos também capazes de acessar dimensões mais sutis e de colaborar com a obra do bem, mesmo fora do corpo.
Divaldo enfatiza que a preparação para essas experiências não é técnica, mas moral e emocional. O que nos permite sair do corpo de forma lúcida e benéfica não são fórmulas mágicas ou exercícios mirabolantes, mas sim a disciplina, o amor ao próximo, a busca sincera por evolução e a prática constante da caridade em pensamento, palavra e ação.
Lições da Jornada Fora do Corpo
A jornada de Divaldo nos convida a refletir sobre alguns pontos-chave:
- A vida continua além da matéria. O espírito é imortal e permanece ativo mesmo quando o corpo repousa.
- Nossos pensamentos e sentimentos determinam nossa sintonia espiritual. Cuidar da saúde mental e emocional é essencial para atrair experiências elevadas.
- Estamos todos conectados. Aquilo que pensamos e fazemos reverbera em outras dimensões e pode tanto curar quanto ferir.
- Todos podemos ser instrumentos do bem. Seja no plano físico ou no espiritual, o amor é a força transformadora mais poderosa.
Caminhos para o Autoconhecimento e o Serviço Espiritual
Para aqueles que desejam seguir esse caminho, Divaldo orienta:
- Estudo constante: Conhecer a si mesmo e as leis que regem a vida espiritual é o primeiro passo.
- Oração e meditação: Criam campo vibratório propício para experiências superiores.
- Vigilância emocional: Evitar mágoas, raiva, inveja e outros sentimentos de baixa vibração.
- Serviço ao próximo: O amor em ação é a mais poderosa proteção espiritual.
Conclusão: A Missão Continua
A jornada astral de Divaldo Franco é mais do que um relato espiritual: é um chamado. Um convite para expandirmos nossa consciência e nos lembrarmos de que a realidade é muito mais ampla do que os sentidos podem captar. O mundo espiritual está à nossa volta — não como algo distante ou misterioso, mas como parte do nosso próprio ser.
Ao nos prepararmos interiormente, podemos também participar desse movimento de cura e luz. Como ensina Divaldo, “ninguém está só, e todos somos chamados a fazer parte da grande obra do amor que transforma, resgata e eleva.”